Isto é uma publicação de outro género

Ide Lá Bardamerda

Isto é uma publicação de outro género

Isto é uma publicação de outro género.
Do género ABCDEFGHI.

Apetece-me deixar aqui escritas meia dúzia de linhas sobre o que me vai na alma acerca da cenas de género e das identidades ou entidades de outro género.

Quero, antes de mais, dizer que não me interessa muito o que vocês pensam sobre este tema e que me estou a marimbar para o que possam pensar sobre o que eu penso sobre este tema.

Para mim, é um não assunto. Quero dizer, é um assunto demasiado sério, quando é assunto e por isso mesmo é muito feia a forma leviana como o têm vindo a tratar.

O folclore e o histérico-extremismo à volta desta questão assustam-me, preocupam-me e, sobretudo, enojam-me.

As invasões de e à procura de palcos, as paradas, os desfiles, as parvoíces à volta da ortografia (como se já não fosse suficiente a merda do (des)acordo ortográfico, entre outras tantas paneleirices (é consciente a escolha da palavra)à volta desta questão são de uma insensibilidade atroz e de uma falta de noção medonha.

O masculino existe.

O feminino existe.

Um menino é, regra mais que geral, um menino.

Uma menina é, regra mais que geral, uma menina.

A “mãe natureza” (apetece-me chamar-lhe assim, enquanto ainda se pode), cuja salvaguarda vos enche tantas vezes a boca, merece ser respeitada.

Se às vezes falha é porque é uma espécie de “mãe natureza humana”, escolho pensar assim.

A disforia de género existe.

São, felizmente, raros os casos.

As pessoas que sofrem deste problema merecem respeito e empatia.

A ciência, a medicina, e as leis (sim, até elas), permitem, cada mais e em mais sítios do mundo, amenizar o seu sofrimento.

As orientações sexuais de cada um de nós não são para aqui chamadas. Não têm nada, absolutamente nadinha, a ver com género.

Nem a forma como gostamos de andar vestidos ou onde gostamos de por as mãozinhas.

Isso é apenas outro género de questão que também merece respeito, empatia e, caso esta não seja espontânea, tolerância.

Metam a língua onde vos apetecer mas deixem a linguagem em paz.

Não me peçam para pôr @ e terminações ridículas nas palavras.

E também não obriguem as regras e as excepções a fazerem parte das vossas orgias.

Se vos apetecer chamar-me algum nome por aquilo que acabei de escrever não se acanhem.

Mas escrevam como deve ser, por favor.

E, acima de tudo, deixem os meninos e as meninas, em paz.

Ou ainda não aprendemos todos que há evangelizações que podem ser perigosas?

JKLMNOPQRSTUVXZ.

Autora: Cristina Gameiro

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