OS HABITANTES DA VILLA | Garça-real europeia (Ardea cinerea)
De nome científico Ardea cinerea, a Garça-real europeia, ave residente e invernante, é a maior garça das restantes garças que ocorrem em Portugal, atingindo quase 1m de altura. Caracteriza-se por um longo pescoço cinzento, assim como as patas muito compridas, amarelo alaranjado escurecidas. A cabeça apresenta uma coroa com uma risca branca com laterais pretas em cima e crista atrás; dorso, asas e cauda cinzentos; peito e abdómen branco com riscas pretas. De bico comprido e aguçado, alaranjado na época de reprodução e amarelada com alguns tons cinza nas restantes épocas, alimenta-se com movimentos certeiros e rápidos de vertebrados (peixes, repteis, mamíferos, crias de outras aves e anfíbios) e invertebrados (moluscos, insetos e crustáceos).
Durante o voo usa o pescoço recolhido para trás, característica que a difere da Cegonha-branca, enquanto as suas asas são arqueadas com ritmos irregulares e lentos no seu bater. Durante o voo, por vezes pode-se observar as garças a formarem círculos, de acordo com o desenvolvimento das correntes de vento. O primeiro voo de uma garça juvenil dá-se em torno dos 2 meses de vida.
Nidifica em garceiros (colónias de garças), geralmente em árvores de grande porte, mas é possível ser avistada isoladamente. Durante cerca de 28 dias pode chocar entre 3 e 5 ovos.
A Garça-real está distribuída em larga escala pela Europa, ocorrendo em Portugal ao longo de todo o ano, sobretudo em épocas fora da altura da nidificação (entre fevereiro e abril). É comumente observada em zonas húmidas, como estuários e zonas costeiras, mas também em campos agrícolas, onde procura alimento. Pode ser avistada em Trás-os-Montes, na serra de Montesinho; no Litoral centro; na Beira interior; em Lisboa e Vale do Tejo, como no estuário do Tejo; no Alentejo; e no Algarve.
Uma curiosidade desta ave é que para comunicar com as restantes garças, esta pode emitir diferentes sons ou grunhidos dentro da colónia. Os machos chamam os seus pares como se fosse um cumprimento e usam um som específico para expulsar outros indivíduos dos seus ninhos.
Outras curiosidades:
- Nos tempos medievais, a Garça-real era usada como “isco” para fugir de falcões para que, desta forma, se pudesse observar e admirar a sua grande capacidade de voo.
- Na Roma Antiga, a garça simbolizava, assim como o corvo, a coruja e a cegonha, acontecimentos futuros.
O seu estatuto de conservação em Portugal é pouco preocupante.
Fonte: avesdeportugal.info, naturdata.com, ebird.org, animalia.Bio, “Guia de Observação de Aves para a Pateira de Fermentelos”.
Autora: Andreia Marques
Living Place – Animação Turística
ECO Quinta Villa Maria