Os sistemas locais de saúde

Os sistemas locais de saúde

Os sistemas locais de saúde

Das sugestões construtivas (será sempre essa a minha postura, já sabem).
Sei que muitas pessoas continuam assustadas. Custa-me falar com amigos, conhecidos e ver o Medo nos seus olhos ou atitudes! E enquanto o vir, não me irei cansar de escrever aqui… não por teimosia, mas por persistência. Não por arrogância, mas porque amo o meu país e pelos portugueses, todos eles, farei tudo o que estiver ao meu alcance, enquanto tiver voz…
“Os sistemas locais de saúde são um ponto fulcral, juntando a saúde a outras entidades públicas como as escolas, autarquias e proteção civil e permitindo a participação da sociedade civil na definição do plano de ação. Documento foi enviado ao Ministério da Saúde”. Concordo inteiramente com este texto que recentemente vi publicado no facebook, no mural do Dr. António Rodrigues e que, não conhecendo o documento, desde já subscrevo a ideia/apoio.
Então como sociedade civil, o que podemos fazer?
Cidadãos – cumprir as indicações de etiqueta respiratória, reforço das medidas de higiene, uso de máscaras nos locais previstos, distanciamento físico (…) – é que no outono/inverno serão muito úteis para evitar também a propagação da gripe e de todos os coronavírus que por aí andam (sempre), e este em particular vai continuar por cá muito tempo. Podemos ainda continuar a colaborar com quem está à nossa volta, efetuando voluntariado, apoiando os mais idosos/vulneráveis, dando-lhes condições básicas mas também o “mimo dentro das condições de segurança” e respeito que merecem mais do que ninguém, ajudando-os a agilizar o seu acesso aos cuidados de saúde, eles continuam a precisar de nós, não foi só em abril. Podemos por fim exigir os nossos direitos: Serviços de Saúde Públicos e uma Escola Pública que continue a dizer presente, qualquer que seja o panorama do próximo outono/inverno, porque até já temos circuitos próprios para separar os utentes COVID e não COVID, os outros países da Europa também não irão abdicar disso (muitos nunca abdicaram). Não vamos admitir que nos encerrem serviços, quando mais do que nunca precisamos de espaço, não é?
Autarquias – não gostaria de ouvir mais críticas às autoridades de saúde, porque as autoridades de saúde para mim são dos principais heróis desta “pandemia”. Esses profissionais, não descansaram um único dia desde que tudo começou, estão contactáveis 24/24h, colocando em risco a sua própria saúde pela exaustão, são os profissionais que têm de dar resposta não só à linha da frente mas a todas as linhas. Sabem como podem ajudar? Cumprindo o vosso papel como autarcas: garantindo transportes adequados para os vosso munícipes, as verbas que pouparam em festas este ano, utilizem no reforço dos transportes e condições habitacionais para os mais vulneráveis (nas freguesias de maior densidade populacional), onde fazem falta, não nos amigos. Garantam como no início da “pandemia” alojamento local/pousadas/hotéis, para os casos sociais que estão erradamente internados nos hospitais por razões não clínicas porque não têm onde cumprir o isolamento! Não querem recuperar o turismo para as vossas regiões? Pensem nisso. Os próprios alojamentos iam agradecer porque estão quase vazios. Do “surto de assintomáticos” das estudantes que viviam em residências universitárias, foram 17 pessoas assintomáticas internadas, sabem qual é o custo da diária num hospital? Todos pagamos! E quantos serão ao todo em todos os hospitais do país? Na lógica da proximidade, vão aos vossos hospitais de referência, falem com as administrações dos hospitais, e proponham soluções sociais para esses casos e para que quem realmente precisa de cuidados clínicos possa receber, em segurança!
Governo – quero antes de tudo agradecer pela dedicação e empenho de todos, de todos os partidos, vivemos tempos muito difíceis e não sabíamos com o que podíamos contar. Agora já sabemos. Sabemos que independentemente do comportamento deste vírus, a vida não pode parar, porque as pessoas estão a morrer muito mais de outras doenças do que deste vírus, porque a economia não pode ser destruída, porque isso significa mais pobreza, mais desemprego, mais afundar no poço. Teremos 3 milhões de pessoas em dificuldade económica neste momento? Com tanta investigação a decorrer, já alguém se preocupou em quantificar a pobreza no momento atual? E já perceberam que os outros países da Europa até não se preocupam connosco… só querem salvar a própria pele?!
Se nos lares morreram cerca de 60% das pessoas com COVID, então vamos reforçar estes equipamentos! O “cerco” não tem de ser às 19 freguesias de assintomáticos, tem de ser aos lares. Afinal este vírus só interna 5% das pessoas que acusam positivo no teste, 95% ficam em casa. Vamos pensar que quando alguém adoece num lar pode ser de Pneumonia COVID19 (se o raio x o comprovar), mas também pode ser de infeção urinária, de desidratação, de descompensação da doença crónica. Porque é que as autarquias não ajudam os lares na aquisição de recursos humanos com contratos dignos e atrativos, recursos que não sejam vetores de doenças, para os mais vulneráveis? Isso é que é preparar o outono/inverno, isso é que é a lógica da proximidade. Até uma hora destas, porque a vossa enfermeira vai continuar por aqui, enquanto tiver voz!

Imagem: pixabay

Cristina Crespo | ECO Quinta Villa Maria | Living Place - Animação Turística

Autora: Cristina Crespo

Living Place – Animação Turística

ECO Quinta Villa Maria

Living Place - Animação Turística